Veja, com "belo" e "anil" fazemos o céu gracioso. Sílaba por sílaba, letra por letra, desconstruímos sua vida e a mergulhamos nos seus sonhos ainda não sonhados, nas ilusões que se formam enquanto os olhos percorrem espaços de preto e de branco, ou amarelo, ou bege... Somos binários, como você. Existimos ou não, e tudo depende de sua disposição de explorar. Por entre as cavidades de seus olhos, sedimentamos bloco por bloco das imagens mais inesquecíveis que poderia conhecer: já andou em hipopótamo e já visitou o inferno, já foi à inquisição e às guerras mundiais. É, portanto, quando deseja, detentor do mundo, desde que pague o devido preço a mim, interrogação, e minha parceira - a exclamação. Somos nobres, damos muito e pouco cobramos. Diria que apenas seu tempo, e uma utilização hoje excêntrica dele. Somos conteúdo e novidade, informação e inovação, conversa e romantismo - ou realismo, parnasianismo, modernismo, ismo, ismo, ismo... Palavras mortas que dão origem a palavras novas, palavras que contagiam todos nossos sentidos e nos fazem covardes, corajosos, humildes e prepotentes em menos de um dia. Conosco, você é tudo.
Você, ignorante deve ser se de nós quiser desfrutar. Você é o leitor.
Damo-lhe dicas: uma interrogação não nasce em si própria, e sua exclamação não vem da mente alheia.
Uma interrogação é quase sempre desconhecida e uma exclamação, inexplorada.
A interrogação percorre o mundo, de prateleira em prateleira, para chegar à todas as exclamações que conseguir.
Somos essência.
Apresentamo-nos pois seria demasiada falta de educação não o fazer. Sou autor e esta é minha parceira: sua imaginação.