terça-feira, 8 de maio de 2012

Uma rua


Acordei, meio que em transe.
Perguntei-me o que era isso,
que isso era a tal alegria,
que era isso, triste e vazia
rua que segue sozinha,
imperturbável em sua
jornada sem um início,
um meio, um fim, um propósito.

Acordei, meio que em trânsito.
Em meio aos carros, na rua,
rua que segue sozinha,
imperturbável em sua
jornada sem um início,
um meio, um fim, um propósito.

Acordei, meio que em transe,
no meio desta rua só
há tudo que sei querer,
nesta rua desgostosa,
onde não experimentei
nada, exceto nada mesmo.
Segui a rua, tão sozinha,
deixada por seus sabores,
por seus amores e dores,
nela nao experimentei
nada, exceto a caminhada.

Acordei, meio que em trânsito,
perambulando na vida,
sem gosto na minha boca,
sem calor neste meu peito,
perambulando na rua,
rua que segue sozinha,
imperturbável em sua
jornada sem um início,
um meio, um fim, um propósito.

Acordei, meio que em transe,
para ver o que era isso,
tamanha alegria, tão
estranha a esta minha rua,
rua que segue sozinha,
imperturbável em sua
jornada sem um início,
com uma história para contar,
desta tão grande alegria,
sem meio, sem fim, sem propósito.