domingo, 24 de outubro de 2010

Transição

Fiz de teu sorriso
minha mais pura alegria.
Fiz de tua virtualidade irreal
a presença onipresente
em meu escuro viver.
Nos dias da pulsante solidão,
escondido fora dos mapas,
fora do ar e do radar,
teu perfume ideal me consome,
dá-me o norte e o sentido.
Meu querer se tornou absorto
em tuas linhas perfeitas,
absoluto em tua posse.
inexistente em tua ausência...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Em vão

Declarei amores desesperançados,
clamei por missões alheias,
tomei parte dos mais fracos
e me escondi dos mais fortes.

Fui chamado de poeta
nesta plenitude de minha
insípida mediocridade.

Devorei livros, sonhos,
aspirações e medos
em busca de algo
que todo homem deveria saber.

Algo que, em sua generalidade
amalgamada perfeita,
liberta a essência imutável
desta alcatéia semi-humana.

Inquieto, em agonia profunda,
procuro o trabalho divino
que Deus, em seu glorificado repouso,
recusou no sétimo dia,
condenando-nos todos
à busca infame e eterna
por sua inexistência.

sábado, 9 de outubro de 2010

Em um reino muito, muito distante...

E agora?
Onde foram os dias
em que sonhava apaixonado
com teus olhos e teu toque?
Onde te escondeste,
fugida de meus abraços?
Onde coloquei minha cabeça?
Troquei esperanças
por nossa felicidade,
troquei este coração meu
por carregar maravilhado
um pequeno pedaço do teu.

De segunda a sexta...

Poupe meus olhos
de sua ternura longínqua,
de seu correio celestial,
de seus anseios e dúvidas.
Dentro do turbilhão,
no vazio inexorável
de sentimentos unilaterais,
o gozo e a alegria alheia
gentilmente sobrepõem-se
sobre o indivíduo.
Minha cara, digo-lhe aqui,
que meu amor jamais,
em todo e qualquer tempo,
seria demonstrado.
Meu amor é verdadeiro,
a paixão é contínua,
e a demonstração,
meu anjo,
é a essência...