quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Rascunho

Era tudo tão pálido...
A esqualidez imoral da luz solar
banhava a vastidão vazia da vida,
derramava gotas de luz entre nuvens,
árvores, carros e pessoas,
manchando as sombras de meu caminho.
Cores liquefeitas embaralhavam-se
em meu olhar cansado,
confundiam o toque de meus dedos
que apalpavam-nas a sua procura,
de norte a sul a centro a sul e sul,
toque afoito na desesperança de não lhe ter
por um dia a mais que fosse,
por um segundo a mais que passasse
sentindo o suor frio escorrer por meu corpo.
E a palidez se dissipou aos poucos,
enquanto a distância desaparecia
afugentada pelo imponente céu azul
e adereços crepusculares inéditos,
dos quais coroei teu sorriso sincero
e teu abraço inquieto.
E foi tudo tão cálido...