Postarei nesse espaço as tranqueiras que eu escrever durante meu tempo livre. Mas para começar, colocarei aqui um poema de mais de três anos, que, se bem me recordo, foi o primeiro que mostrei a uma pessoa.
E assim seguem os versos de uma trajetória um tanto quanto conturbada:
Quanto ao fim...
Começo pela abertura dos russos, ¹
Em caprichos² faço-me excluso
Da Lua cheia³ que quase ofusca o tempo
E aí finda vida a Ária na corda Sol*
Lembro bem quando todos festejavam
Eram felizes, e, quietos, indagavam
Se o tal romantismo em minhas visões
Não eram decrépitas ilusões...
O tempo fez-me maior, mais mesquinho,
E incompreendido, as breves sutilezas
Na vida feita em prosa perdem a beleza
Navego então no céu negro,
Guiado por um pequeno pontinho,
Alvo, branco como a pureza apostólica
Que transpõe aqui minha poesia bucólica
E de repente, mostra-se um único jeito
Um caminho, que ignora qualquer labor,
Sangue, linhagem ou confortável leito,
E essa passagem alva me enche de horror
Seus raios me consomem fulgentes
E na arrogância de minhas palavras,
Perdoe-me se não deveriam ser rebuscadas,
Fazem de mim um corpo incandescente.
07/02/2007
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Notas: Referências às seguintes composições: ¹: Abertura 1812 – Tchaikovsky; ²: Capricho nº. 13 – Niccolo Paganini; ³: Sonata ao luar – Beethoven; *: Ária na corda Sol – J. S. Bach;
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Por favor, comentem, mesmo que o poema tenha lhe causado repulsa.