Entre a lâmina e o abismo,
entre as glórias e os orates,
sou humano, livre da culpa de pecar.
Falível - falido -,
a consciência fomenta o medo,
o medo tritura a alma,
a alma molesta o corpo.
Dedicadas a beleza perdida
de um mundo atrasado,
minha prisão de vidro,
minha proteção do tempo
e minha ética arcaica
despedaçaram-se em segundos.
Ente desprovido de direção,
sou exemplo incomparável
da teleologia mal construída.
Videiro da vida alheia,
a voz que ecoa em mim
suscita o ocaso...
Temo pelos bosques,
pelos rios e pelas crianças:
se sou esperança,
o que espero dos que não são?
Nenhum comentário:
Postar um comentário