sábado, 10 de julho de 2010

Primeiras Impressões

A noite era cálida, solene. Muitos passavam à minha frente, aos meus lados e acredito que até atrás de mim, embora fosse difícil provar, mas nada fora do comum, nada extraordinário que pudesse lembrar remotamente meus arquétipos de felicidade. Sentei-me ao bar, com uma bebida na mão, e observei atento o vai e vem de pessoas através das portas. Meus olhos pesavam entediados quando novamente a porta se abriu, e naquele breve instante, pude ouvir cada murmúrio das gotas d’água que atingiam o chão, cada uma delas trazendo a sublime mensagem sobre a torrente avassaladora que me consumiria. O mundo encolheu, tornou-se mais simples, menos clássico ou erudito. Meu mundo adentrou a terra do sonhar, do ideal, do perfeito, do mais singelo equilíbrio. Seu corpo esguio, seus longos cabelos dourados, suas faces angelicais... Meu mundo colidiu com o de um serafim de asas partidas, que delicadamente chamava minha atenção. Mas quantas linhas mais poderiam durar aqueles milésimos de segundos referentes á minha jornada até o paraíso?
Meu anjo de asas espatifadas olhou-me direto nos olhos, e como se atravessasse minha alma, conheceu-me desde menino, e fez de mim um moleque. Apenas um mísero, ou talvez humilde, moleque cujas faces tingiram-se com a cor do sangue.
Por Deus, persigo aqueles olhos castanhos desde então, procurando a coragem para ser simplesmente verdadeiro.
“Com licença, não quero te assustar, mas... É que... Pela primeira vez eu tenho certeza disso...” O comum face ao absoluto é tímido.
“Simplesmente te amo.” – e me satisfaço neste mero ato de te amar.

2 comentários:

Gabi disse...

Ha, esse não é novo =p. Ele é bonito... E é ben visual, gosto dele por isso. Mas tem um fim loucamente platônico, né? xD

Thaís disse...

Foi de toooodos, o que eu mais gostei!