segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sem pé nem cabeça

Sim, ela estava bem louca...
Ensandecida, de pedra,
tão para lá de Bagdá
que alienista nenhum
sonharia em resolvê-la.
E de lá, do cimo de
sua insanidade jocosa
indagou-me, de uma vez:
sobre que escreves tu, louco?
Para o que, um tanto assustado,
respondi num só reflexo,
este ímpeto de tão má e
perplexa sinceridade:
Não faço a menor ideia.
Ela sorriu, com seus dentes
manchados com tarjas pretas.
Então só escreve, rapaz.
E este foi o melhor conselho
que um sujo já deu ao seu par,
aquele outro mal lavado.

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