sábado, 7 de julho de 2012

Redenção


Que é que encontra meus olhos
neste entardecer nublado
que os faz brilhar em frágil
e calmo contentamento?
Que toque é esse, que de etéreo
parece-me inexistente,
que de perfeito se faz
tão grotesco e tenro incômodo?
Quero libertar minha alma,
encontrar-me entre as correntes
de teu cheiro e teu sorriso,
no cárcere de teu olhar
apodrecer através
de anos e anos e anos e anos.
E onde foi que te escondeste?
Minha terna redenção
esticou suas pequenas
asas, soltando as penas
que acariciam meu rosto
com angelical cuidado,
e partiu, sem deixar rastros.

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