domingo, 21 de novembro de 2010

Tão, tão distante...

Quando o amanhecer preludia o dia ainda por vir,
os olhos insones contemplam este inferno:
o meu acordar sem sentir teu corpo bulir,
a tua respiração quente e o teu toque terno.

Se fosses tu desnecessária ao meu viver,
se fosses tu somente a feliz ilusão,
poderia desfazer-me de meu bem-querer
e ansiar por minha auto-destruição.

Forjado no sangue carmesim pelo fogo,
o duelo da paixão e da dor forma um jogo
cujo vil dever é fazer sacrificar

Cada parte desta nossa ingênua saudade,
que, sabemos, é maior que a realidade,
como este amor que nos permite respirar.

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