O carrossel corre inquieto,
suas belas engrenagens
contam com a eterna chuva do tempo,
para prosseguirem com este movimento
confuso, atordoado...
Sobre os cavalos coloridos,
branco, vermelho, preto e baio,
sentei-me a espera da revelação,
aguardando a iminente chegada.
Chegada esta incógnita,
anjos ou demônios, qualquer um,
cairiam sobre mim.
A fúria ou a paz, ou seria, talvez,
a paz ou a fúria?
A luta atormenta a placidez
de uma mente cujo descanso é negado,
por seres celestiais ou infernais,
de olhos azuis ou muito verdes,
dedicando o tempo eterno do carrossel
para tamanha jornada.
E se o anjo tivesse na sua ternura
horário marcado, terreno delineado,
não seria melhor repousar na dedicação
incansável da tortura ininterrupta,
das colisões infernais de pensamentos,
sentimentos e fugas esquecidas,
esquecidas no tempo
em que o carrossel era um brinquedo
e o tempo, um relógio?
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